Todo mundo virando leitor: modinha ou evolução?
O primeiro
livro que li conscientemente na vida, se chamava “O Mistério do Caderninho
Preto”. Foi o primeiro passo pra começar a gostar de livros, foi aí que eu
pensei: “Ah que legal. Vou ler mais histórias de colegial, de mistério... E com
poucas páginas, por favor!” Apesar de ser um livro curto, demorei uma
eternidade pra ler e devolver pra biblioteca da escola. Não pensava na
possibilidade de ler algo com mais de 100 páginas, tanto é que só me
interessava em ler as resenhas dos livrinhos fininhos da prateleira, daqueles
que nem cabe o nome do livro na lateral. Mas nunca mais li nada desde então.
Foi aí que apareceu o livro “Marley&Eu” e como já havia visto o filme e amado
(amo cachorros), decidi ver se seria tão interessante e emocionante ler o que
já foi posto em cenas, na real, encenado. A história da vida e do amor ao lado
do pior cão do mundo ficou mais de 2 anos largada na estante até eu criar
vergonha na cara e parar pra ler. Livros nunca mais foram os mesmos desde então.
Foi ele que fez eu me apaixonar pelo mundo literário (e tinha 360 páginas).
Descobri
que ler não é um bicho de sete cabeças. É só descobrir o tipo de leitura que
você gosta. Ser leitor hoje em dia virou vício, mania no país inteiro. Alguns
chamam de modinha, eu chamo de evolução. Se isso for mesmo modinha, que ela
pegue geral e não demore a passar, ou melhor, que nem passe, não caia no
esquecimento, não vire brega e nem enjoativo de repetitivo. Mas por favor, não legende
suas fotos com frases de livros famosos que você NUNCA leu na vida. Por outro
lado é evolução sim. Porque as pessoas estão lendo mais, mesmo que só pra fazer
parecer culto, diferente, que seja. Ler é o que há. Estão lendo, estão
descobrindo um novo mundo, conhecendo histórias, vivendo outras vidas e
sentindo a verdadeira essência de um leitor apaixonado. Estão ampliando suas
mentes... Isso não é evoluir? Ampliar as mentes de tantas pessoas alienadas e
condenadas à ignorância eterna é sim fazer uma diferença. Quem não lê não vive.
Desculpem-me as gerações que não conheciam esse mundo ou apenas não quiseram e
não querem conhecer, porque não, mas vocês não souberam e ou não sabem
aproveitar a vida. Firmeza?
O início da
vida literária, quando você se encontra e se encanta completamente, é um mundo
onde só existem interrogações, do tipo: “Como assim vivi tanto tempo sem ler
uma história maravilhosa dessas?” “Será que vou conseguir ler todos os livros
incríveis desse mundo?” “Posso vender meus rins pra comprar todos os livros que
quero?” Pois é, e não para por aí. Há quem duvide que para ser leitor de
verdade nesse mundo, tem que gostar de todos os gêneros. Todos os gêneros.
Romance água com açúcar, ficção, religioso, auto-ajuda, clássicos, infantil...
Bulas, ingredientes de produtos, etiquetas (tá, confesso que leio isso aí).
Só
acho que está faltando experiência de noção e respeito nesse mundo literário
por parte desses “leitores de mentes abertas”. Dizem ainda que não importa,
porque é texto, é leitura. Eu particularmente nunca li a saga de Stephenie
Meyer, pois não me encantei ao assistir o primeiro filme. “Que tipo de leitor
você é que não gosta de Crepúsculo?”...
P.S.: Três pontinhos e beijinho no
ombro.
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